quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Primeiras (e últimas) impressões de Lone Star


Uma das estréias mais elogiadas pela crítica no Fall Season foi Lone Star. Mas a baixa audiência já no segundo episódio fez com que a Fox, emissora que passa a série nos EUA, cancelasse a produção. Uma pena, pois o piloto dirigido por Marc Webber - novo diretor da franquia do Homem-Aranha nos cinemas – demonstrava um trabalho bastante promissor, que poderia tranquilamente, ter se expandido por várias temporadas. Agora é torcer para algum canal a cabo americano assuma a série e dê continuidade ao drama vivido por Robert.

A série gira em torno de dois golpistas – pai e filho – que aproveitam da ingenuidade alheia para negociar e vender ações e participações em poços de petróleo inexistentes no estado americano do Texas. O pai ensinou o ofício ao filho ao longo de sua carreira. Já adulto, Robert, que herdou a lábia e o charme do seu mestre paterno, torna-se um talentoso golpista.

Mas alguns problemas começam a surgir quando Robert mostra-se cansado da vida falsária e coloca tudo a perder aceitando um emprego de executivo na empresa petrolífera do seu sogro - vivido por Jon Voight . Robert acredita ter encontrado a chance ideal para viver uma vida real e sem mentiras. No entanto, o maior problema é a quantidade de amor que Bob tem a oferecer. Ele acaba se apaixonando – e casando! – com duas mulheres que estavam sendo usadas em seus golpes.

Tenho duas teorias para a vontade do protagonista em construir uma vida familiar normal a ponto de colocar todo seu golpe em risco. Primeiro: a ausência da família durante a formação de sua personalidade pode ter contribuído para seu enorme desejo em casar-se e constituir uma família. Segundo: será que sua mãe foi mais uma vítima dos golpes do pai e Robert tenha trauma dessa terrível experiência não querendo que suas amadas sofram o que sua mãe sofreu? Eu apostaria que sim! ;)

Não concordei com alguns pontos do modus operandi do nosso golpista. Ele viaja muito de avião pelo país. Qual golpista não viraria um alvo fácil para as autoridades? Será que ele usa uma identidade falsa? Nada disso foi mencionado durante o episódio. Outro detalhe: os pagamentos recebidos das pessoas enganadas eram sempre em cheque. Em negócios obscuros, normalmente, usa-se dinheiro vivo. Em nome de quem ele descontava os cheques recebidos? A possível explicação para esse modo de atuação é que os poços de petróleo eram investimentos à longo prazo, logo, esse espaço de tempo maior possibilitava uma vida mais aberta, menos escondida.

Destaque especial para a atuação de Jon Voight. Ele interpreta com maestria um confiante magnata do petróleo. Só um ator vivido e experiente como ele é capaz de dar vida a um personagem que desequilibra quando entra em cena. Atenção especial ao sotaque! Muito Bom!

A indústria do petróleo é a base da trama. Todos nós sabemos, o quanto essa atividade é suja, poluída e prejudicial ao meio ambiente. Mesmo que o mundo ainda dependa do óleo negro, os roteiristas nos mostram – mesmo que rapidamente - que as empresas do ramo estão em busca de novas formas mais limpas de energia. Preocupação com o meio ambiente? Ou apenas mais uma oportunidade para lucrar mais?

O saldo que ficou desse episódio – e da série! - é que seu potencial foi subestimado pelos “golpistas”, ou melhor, executivos da Fox pela baixa audiência do segundo episódio nos EUA, e assim, perdemos a grande chance acompanhar o drama do personagem ao longo das temporadas. :(

Nenhum comentário: